(Prov. 15:4)
Acho que se
vivo fosse o autor desse provérbio, o mesmo morreria de desgosto em ver tanta
informação cruzada, mal interpretada muitas vezes de propósito e fatos
desdobrados e anunciados em escala mundial pelos meios de comunicação.
Na última
semana fui acordada com a seguinte frase: Bento XVI renunciou!
Foi um
momento de choque, por alguns instantes, nem consegui acreditar na notícia que
tinha recebido nos primeiros segundos do dia que apenas começava para mim. Só
recebi a manchete, não sabia o motivo nem até onde era verdade. Mas ao ligar a
TV, todos os canais só confirmavam a notícia daquele dia!
Não foi algo
esperado, confesso, mas diante dos fatos (e não precisa ser nenhum teólogo pra
saber disso) essa situação não era tão impossível de acontecer.
Joseph
Ratzinger foi eleito Papa aos 78 anos, uma idade avançada em relação a todos outros senhorzinhos
de sua geração (que mal conseguem muitas
vezes irem até a padaria sozinhos) e com a eleiçãouma grande missão: ser chefe de Estado do Vaticano e nortear a
Igreja Católica.
Quando Deus
quer e o Espírito Santo inspira, não tem
essa... Dados biológicos, geográficos, críticas, nada é capaz de frear o que é
plano divino!
O nosso
amado “velhinho” de quase 80 anos conseguiu tomar as rédeas da Igreja e digo
mais, fez isso de forma ilustre, com o vigor de um jovem de 30, superando muitas expectativas e todas as
críticas e comparações que sofreu no início do seu pontificado.
Bento XVI
não foi apenas mais um Papa! Ele resgatou muito da tradição da nossa Santa
Igreja, trouxe muita gente de volta pra ela, foi reparando erros da história da
Igreja, amparou aqueles que de alguma
forma sofreram com os nossos erros no passado e mais, deixou um legado
intelectual surreal para todos nós (se você ainda não leu ou não conhece um dos
livros do Papa, por favor, pare de ler isso e corre pra livraria mais
próxima!).
Particularmente,
eu, Aline, tenho uma enorme admiração e gratidão eterna por Bento XVI.
Graças a
Ele vivi o momento ápice na minha vida cristã, tive a melhor experiência de
Igreja, comunidade. Vi com meus próprios
olhos o que significa ter o sucessor de Pedro entre nós! Lembro como se fosse
hoje da cena que presenciei no Aeródromo de Cuatro Vientos, milhões de jovens
na ventania, na chuva e junto a todos eles, nosso querido Papa lá, firme e
forte, mostrando que era um de nós!
Isso sem
dizer das zilhões de luzes trazidas através de suas homilias, audiências,
livros, catequeses, mensagens...
Bento XVI é
aquele tipo de pessoa, que como diria minha irmã, é de “se guardar num
potinho”! Imaginem quanto outros milhões de jovens, adultos, homens, mulheres e
crianças não tiveram momentos fortes e suas vidas transformadas através do
nosso querido Bentinho!
E mais um
grande exemplo deixado por ele... A humildade!
Hoje, num
mundo onde status, cargos e poder estão em alta, Ratzinger nos deixa uma bela
lição!
Tem ato mais
nobre do que reconhecer que seu momento como Papa tinha ido ao fim, de saber
que a partir disso, um sucessor poderia continuar tão bem ou melhor o que tem
pra ser feito e renunciar ao cargo para viver em clausura em um mosteiro?
Esse é Bento
XVI! Quebrando paradigmas e nos
ensinando a cada dia ouvirmos mais a voz de Deus e menos a do mundo. Um grande
homem, de enorme sabedoria e com um coração maior ainda. Como ouvi em uma
palestra uma vez, “Ratzinger é o Papa certo para tempos incertos”!
Fico triste
em ver como os meios de comunicação conseguem transformar o Papa num grande
bicho papão, como manipulam as informações de modo que ele vire o grande vilão
dessa história. Acredito que se todos (não puxando sardinha para o lado da
religião) que falam mal de Bento XVI reservassem um dia para ler um pouco sobre
sua vida e todos seus feitos durante esses sete anos como Papa, não teriam
coragem de noticiarem tantas coisas absurdas como as que eu tenho visto nos
últimos dias.
Me
envergonha ver canais e fontes de informações tão renomados fazerem “cobertura
completa” desse momento da Igreja e me deparar com “profissionais” que não
sabem ao menos se “o cardeal Ratzinger continuará na Igreja Católica mesmo
depois da renúncia” ou que se perguntam “por que o Papa pode renunciar e as
pessoas não podem se divorciar”.
Rezemos pelo
Papa Bento, pelo seu futuro sucessor, pela nossa Igreja, por todos
participantes do Conclave, para que diante de tantas coisas que estamos
assistindo, Deus possa agir verdadeiramente. Que nossas orações também se
direcionem para todas os jornalistas, aqueles que já exercem a profissão e
também pelos que virão pelo futuro, pela imprensa e meios de comunicação, para
que eles parem de nos envergonhar a cada nova publicação medíocre que muitos
tem feito por aí!
Espero
ansiosamente pelo dia que será anunciado o novo Papa e já me encho de alegria
em saber que eu e tantos outros amigos seremos uns dos primeiros a acolhê-lo já
em julho aqui no Brasil na Jornada Mundial da Juventude!
Obrigada por tudo, Joseph Ratzinger!!
Viva a Igreja Católica! Viva o Papa!